MARCOS DUTRA, com a obra “O pão nosso de cada dia”.
Trata-se de uma instalação, onde utiliza o pão como signo de abastança e de vazio. Onde indaga sobre a miséria de alguns em sua dificuldade de saciar sua fome e sobre a fartura e desperdício por parte de outros.
“TEM-SE FOME... COME."
Tem-se fome de quê?
Qual o valor do teu pão?
Qual o alimento do presente, do passado e qual será o alimento do teu futuro?
Pão desesperado, Alimento sacrificado em altares como oferta em troca de vidas,
Pão em banquetes de mesas fartas, pão em formato de ouro puro...
Troféu dos famintos,
Signo de gula.
Marca da abastança e ao mesmo tempo do pouco.
Qual tamanho a lacuna, assim a vontade de suprimento. Quantas lacunas preenchidas serão, para que se saiba da quantidade necessária de alimento para o alcance de uma suposta felicidade.
Em que lugar encontrará satisfação?
Na verdade, na mentira, na vaidade... No buraco do teu estômago vazio de comida ou do vazio do sexo do teu sexo...
Tem-se fome de quê?
Da festa com a contemplação à beleza, diante do jogo da troca entre os olhos e a arte, fazendo saciar o desejo de leveza à alma.
Elsa Elvas