segunda-feira, 13 de abril de 2009





















“O PÃO NOSSO DE CADA DIA”







Exposição de Arte Contemporânea do artista Marcos Dutra






“Dá-nos hoje o nosso pão para este dia; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores”.Mateus 6:11-12O que significa o “pão nosso de cada dia”?Onde estará o pão de amanhã? Como poderei alcançar meu amanhã, meu alimento, minha sobrevivência?É a aflição de uma mãe que chora e se preocupa com o que dar de comer para seus filhos. O pão de amanhã.É a infância sofrida, que se entrega ao trabalho para garantir o alimento de toda uma família.É o meu alimento no presente, no passado e o que teremos para o futuro? É a fome, o alimento.É o comer sem lugar, sem rumo, no meio da terra batida.É a troca de valores, onde brinquedos são as relhas de arado, a ferramenta que dá a garantia do sustento. Sonhos de infância que se perdem em virtude do trabalho e da desesperança.É o pão como troféu de todo um trabalho árduo e difícil de cada dia.É o desejo de comer algo inalcançável e ser obrigado a voltar a uma realidade triste: comer o pão de cada dia.É o desejo e a busca de se alcançar uma vida melhor.É o homem que veio da terra, trabalha arduamente, planta a sua semente, faz o seu pão, morre e volta para a mesma terra.São os reflexos de uma vida que já foi vivenciada. Imagens ocultas de vida que estão presentes no nosso próprio dia a dia.Um mundo ganancioso que poderia ser diferente, onde uns tem muito, outros não tem nada, e como resultado, o mundo fica vazio, sem amor, só dor, só fome, sofrimentos...E você? Já pensou onde está o seu pão de cada dia?






MARCOS DUTRA(Artista plástico tocantinense)
Mostrar todos os itens

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

MARCOS DUTRA, com a obra “O pão nosso de cada dia”.
Trata-se de uma instalação, onde utiliza o pão como signo de abastança e de vazio. Onde indaga sobre a miséria de alguns em sua dificuldade de saciar sua fome e sobre a fartura e desperdício por parte de outros.
“TEM-SE FOME... COME."
Tem-se fome de quê?
Qual o valor do teu pão?
Qual o alimento do presente, do passado e qual será o alimento do teu futuro?
Pão desesperado, Alimento sacrificado em altares como oferta em troca de vidas,
Pão em banquetes de mesas fartas, pão em formato de ouro puro...
Troféu dos famintos,
Signo de gula.
Marca da abastança e ao mesmo tempo do pouco.
Qual tamanho a lacuna, assim a vontade de suprimento. Quantas lacunas preenchidas serão, para que se saiba da quantidade necessária de alimento para o alcance de uma suposta felicidade.
Em que lugar encontrará satisfação?
Na verdade, na mentira, na vaidade... No buraco do teu estômago vazio de comida ou do vazio do sexo do teu sexo...
Tem-se fome de quê?
Da festa com a contemplação à beleza, diante do jogo da troca entre os olhos e a arte, fazendo saciar o desejo de leveza à alma.
Elsa Elvas